O consumo abusivo de álcool entre mulheres no Brasil dobrou nos últimos 17 anos e já é tratado como alerta de saúde pública. Dados da UFMG e do Ministério da Saúde mostram que a taxa passou de 7,7% em 2006 para 15,2% em 2023, enquanto entre homens permaneceu estável em torno de 25%.
O avanço é mais marcante entre jovens de 18 a 24 anos, faixa em que quase uma em cada cinco mulheres já apresenta padrão de risco. Essa escalada resulta da combinação entre novos espaços conquistados nos últimos anos, campanhas de marketing que associam bebida à liberdade e os efeitos da pandemia, que ampliaram estresse e consumo.
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Especialistas alertam que o impacto se reflete em aumento da mortalidade feminina, maior vulnerabilidade a doenças crônicas e transtornos mentais, além de efeitos sobre as famílias brasileiras — já que metade dos lares do país é chefiado por mulheres.
A Organização Mundial da Saúde e entidades nacionais cobram medidas urgentes de prevenção, regulação da publicidade e programas específicos de tratamento, enquanto o Congresso aprovou em 2025 um projeto que cria uma política nacional voltada ao público feminino.
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