Mais de 8 milhões de moradores do estado de São Paulo – governado pelo carioca e candidato preferido da Faria Lima à sucessão presidencial, Tarcísio de Freitas (Repub) – convivem diariamente com a fome, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua sobre segurança alimentar, divulgada nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, quase 20% da população do estado enfrenta a insegurança alimentar, ou seja, não tem acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para sua sobrevivência.
Alguém poderia dizer que isso também acontece em outros estados, o que é verdade. Mas estamos falando do estado mais populoso e rico do País, que em 2024 registrou um PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos em um ano) de R$ 3,5 trilhões, tem uma das maiores rendas per capta do país e onde o governo projetou para 2025 um orçamento de R$ 372,45 bilhões.
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Esses números mostram que, mais do que falta de recursos, a fome que os paulistas enfrentam tem como raiz a extrema desigualdade social. Essa situação se agrava pela indiferença do governador em relação ao problema. Quem procurar no Google as palavras “Tarcísio” e “fome”, vai encontrar poucas informações. Uma delas é que em seu programa de governo, o ex-ministro de Bolsonaro citou “fome” apenas uma vez – e para criticar as medidas de restrição adotadas na pandemia. O que demonstra que para Tarcísio, essa questão não tem nenhuma prioridade.
A pesquisa também revela que Tarcísio extinguiu o programa “Bolsa do Povo” – pelo qual o estado pagava R$ 500 por mês a pais de alunos da rede estadual para que eles trabalhassem nas escolas dos filhos. Criado em 2021 para combater problemas socioeconômicos da pandemia da COVID, ele foi encerrado pelo governador.
Nada indica que, na eventualidade de Tarcísio ser eleito presidente como querem os grandes empresários, banqueiros e a direita – ele mudaria de postura e colocaria o combate à fome como uma política prioritária. Pelo contrário: a única medida que o governador disse que faria em um hipotético primeiro dia no cargo máximo do País foi anular a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses por liderar a trama golpista.
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