Uma mulher morreu e outras sete pessoas ficaram feridas após o desabamento de um mezanino no restaurante Jamile, do chef Henrique Fogaça, na tarde desta quarta-feira (8), em São Paulo. O acidente aconteceu pouco antes da abertura do local, por volta do meio-dia, na rua 13 de Maio, região da Bela Vista. Cerca de 20 funcionários estavam no imóvel no momento do colapso.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a estrutura do mezanino desabou de forma repentina, atingindo parte da equipe que se preparava para iniciar o expediente. A vítima fatal ficou presa sob os escombros e sofreu uma parada cardiorrespiratória. Outro funcionário, que também ficou soterrado, foi resgatado horas depois e levado consciente ao Hospital das Clínicas, com fraturas pelo corpo. Outras quatro pessoas foram encaminhadas a hospitais da região, e duas precisaram de atendimento psicológico.
A Defesa Civil interditou o prédio após constatar risco de novos desabamentos. O imóvel, segundo a Subprefeitura da Sé, possui todas as licenças em dia, incluindo o Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB) e as autorizações sanitárias. Ainda assim, as causas do acidente seguem sob investigação.
Inicialmente, os bombeiros chegaram a mencionar a possibilidade de uma explosão de gás, hipótese que foi descartada horas depois. “Não houve incêndio nem vazamento. O mezanino simplesmente cedeu”, afirmou o capitão Maycon Cristo, porta-voz da corporação.
Testemunhas relataram ter ouvido um forte estrondo. José Antônio de Lima, dono de um estacionamento vizinho, contou que o barulho foi semelhante a uma explosão.
Quando olhei, o teto tinha desabado e as pessoas corriam desesperadas para fora
relatou.
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Funcionários do restaurante, em choque, se abrigaram em estabelecimentos próximos, enquanto o trecho da rua foi interditado para o trabalho de resgate, que contou com dez viaturas e cerca de 40 agentes.
Um funcionário de manutenção, Wallace Palmeiras, afirmou que o prédio apresentava rachaduras desde o ano passado e que o problema havia sido comunicado aos responsáveis. Ele disse ter chegado ao local dez minutos antes do desabamento.
O teto já mostrava sinais de desgaste. A gente avisou, mas não imaginava que ia acontecer algo assim
contou.
Em nota, o chef Henrique Fogaça lamentou o ocorrido e expressou solidariedade às vítimas e familiares. Segundo ele, sua atuação no restaurante se limita à criação do cardápio, sem envolvimento na administração ou operação diária. Fogaça informou ainda que está fora do país, mas acompanha a situação à distância.
O Jamile, inaugurado em 2015, ocupa um prédio de três andares e é conhecido pela arquitetura com tijolos aparentes e grandes janelas de vidro. O restaurante, que se destaca pela culinária contemporânea, é um dos três empreendimentos de Fogaça na capital paulista — junto ao Sal e ao Cão Veio.
A perícia deve definir se o desabamento foi provocado por falhas estruturais ou falta de manutenção. Enquanto isso, o imóvel permanece interditado e o caso será investigado pela Polícia Civil.
*Com informações da Folha de S. Paulo
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