A conversa entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, ocorrida na segunda-feira (6), repercutiu rapidamente em Brasília e pode alterar os planos do Senado para votar o projeto que prevê benefícios fiscais a setores atingidos pelo chamado “tarifaço” dos Estados Unidos contra o Brasil.
Antes do telefonema, a expectativa era de que os senadores analisassem, nesta quarta (8), dois destaques que alterariam pontos do texto-base já aprovado em setembro. A proposta retira da meta fiscal as despesas e renúncias ligadas às medidas adotadas pelo governo brasileiro para enfrentar o impacto das tarifas estadunidenses sobre produtos nacionais.
Nos bastidores, integrantes do Palácio do Planalto admitem que o governo estuda adiar a votação. A estratégia seria ganhar tempo enquanto avançam as negociações diplomáticas entre os dois países, iniciadas após o pedido de Lula para que Trump revogue as sobretaxas impostas às exportações brasileiras.
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A equipe presidencial avalia que o melhor caminho é esperar uma sinalização mais concreta da Casa Branca antes de seguir com a pauta no Congresso. Uma possível reunião presencial entre os dois líderes também está sendo cogitada.
Aliados de Lula consideram que o contato foi “apenas o início” de um processo de diálogo e que é cedo para prever resultados. Ainda assim, o gesto é visto como um movimento político relevante, capaz de abrir espaço para uma reaproximação comercial entre os dois países.
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