Três postos de combustíveis que usam a marca do Corinthians estão localizados em endereços associados a alvos da Operação Carbono Oculto, maior ação já realizada contra o PCC, segundo levantamento feito pelo g1 em registros da Receita Federal e da ANP. A operação, deflagrada em agosto, mira integrantes da facção suspeitos de crimes que incluem lavagem de dinheiro e fraudes que somam mais de R$ 8 bilhões.
Os postos, todos na Zona Leste de São Paulo, funcionam sob o nome “Posto Corinthians”, mas são administrados por empresas licenciadas que sublicenciam a marca do clube. São eles:
Auto Posto Mega Líder Ltda – Cidade Líder
Auto Posto Mega Líder 2 Ltda – Vila Norma
Auto Posto Rivelino Ltda – Conjunto Habitacional Padre Manoel da Nóbrega
O Corinthians informou que não administra diretamente essas unidades e que acompanha as investigações, podendo adotar medidas jurídicas se necessário. A marca está licenciada até novembro de 2025.
A apuração mostra que os três postos estão ligados a alvos da operação: Pedro Furtado Gouveia Neto e Himad Abdallah Mourad, associados a Mohamad Hussein Mourad, apontado como líder do esquema criminoso; e Luiz Ernesto Franco Monegatto, também investigado por participação em operações de lavagem de dinheiro.
- Em meio à expansão do PCC, Tarcísio corta pela metade verba de combate ao crime organizado
- Metanol pode ter sido desviado pelo PCC, diz Associação de Combate à Falsificação
- Operação investiga esquema de lavagem de dinheiro do PCC envolvendo rede de postos e banco digital
Alguns dos estabelecimentos operam como “bandeira branca” e aparecem com nomes diferentes nas bases oficiais, o que a ANP classifica como irregularidade. A agência promete notificar as empresas para regularização ou abrir processo administrativo, que pode levar à revogação da autorização de funcionamento.
Além dos postos, o Ministério Público de São Paulo investiga suposto vínculo do PCC com antigos contratos e imóveis alugados pelo Corinthians, usados por jogadores e para abastecimento de veículos do clube.
O ex-presidente Duilio Monteiro Alves afirmou que os contratos de licenciamento existiam antes de sua gestão e que todos os aditivos assinados foram aprovados pelos órgãos competentes, incluindo cláusula de responsabilização que protege o clube de eventuais danos à imagem ou prejuízos financeiros.
Bookmark