O governo Lula (PT) prepara uma nova ofensiva em pautas ligadas aos trabalhadores, aproveitando o bom momento político após a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. As duas principais frentes agora são a redução da jornada de trabalho e o avanço do transporte público gratuito.
Nos próximos dias, o Planalto deve reunir líderes da base aliada para tentar destravar a tramitação da PEC que propõe o fim da escala 6×1 e estabelece uma jornada de quatro dias por semana, com 36 horas totais. A proposta, de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), foi protocolada em fevereiro e conta com o apoio de 234 parlamentares. A expectativa é que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), envie o texto à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda neste mês.
A ideia é articular um consenso entre partidos de esquerda e legendas do centro, como MDB e PSD, para garantir apoio à proposta. Em pronunciamento no Dia do Trabalhador, Lula defendeu que o tema seja amplamente debatido, ressaltando a importância de equilibrar vida profissional e bem-estar.
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Apesar do entusiasmo, setores da indústria e do comércio demonstram resistência, alegando possíveis impactos negativos na produtividade e na competitividade das empresas.
Paralelamente, o governo também quer levar adiante o projeto da tarifa zero no transporte público. O Ministério da Fazenda está elaborando um estudo sobre a viabilidade financeira da medida, que deve ser apresentado ainda neste ano. A ideia é iniciar o modelo em algumas cidades e, gradualmente, transformá-lo em política nacional.
Alguns municípios administrados pelo PT, como Maricá (RJ) e Teresina (PI), já adotam sistemas de transporte gratuito. A proposta tem ganhado força em debates com prefeitos e pode se tornar uma das principais bandeiras sociais do governo nos próximos meses.
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