Foi preciso que a população saísse às ruas nas manifestações de 21 de setembro, que tomaram as capitais do país em protesto contra a “PEC da Bandidagem” e a proposta de anistia para golpistas, para que a Câmara Federal acordasse e aprovasse a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil mensais. O projeto do Governo Lula estava parado desde março nas gavetas de Hugo Motta. Mas nem o mais otimista dos governistas apostaria que a proposta seria aprovada por unanimidade, com 493 votos, inclusive os da oposição bolsonarista.
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No final das contas, ao forçarem a votação da “PEC da Bandidagem” e da anistia, os oposicionistas deram ao Governo Lula sua maior vitória política em dois anos e sete meses do mandato atual. O desprezo pelas pautas que realmente interessam à população em nome de questões corporativas dos parlamentares ou do clã Bolsonaro provocou uma onda de repulsa na sociedade, que emparedou os deputados e enquadrou os senadores.
Diante da maior derrota sofrida desde que Lula voltou ao Planalto, restou a bolsonaristas como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) o papel ridículo de propor uma isenção para quem ganha até R$ 10 mil mensais. O amigão de Silas Malafaia e Eduardo Bolsonaro teve a cara de pau de fazer de conta que os brasileiros esqueceram que, nos quatro anos de governo bolsonarista, não houve nenhum reajuste da tabela do IR, e só tinham direito à isenção quem ganhava até R$ 1.900. Nesse período, 10 milhões de brasileiros que até então eram isentos passaram a ter que pagar o imposto.
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