A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira (22), ao Supremo Tribunal Federal, a condenação de seis réus do núcleo 2 da trama golpista que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
O grupo inclui o general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Mário Fernandes; o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, o ex-assessor especial de Assuntos Internacionais, Filipe Martins.
Também integram esse núcleo o coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Costa Câmara; o delegado da Polícia Federal (PF) e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Fernando de Sousa Oliveira, e a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira de Alencar.
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Procurador diz que provas são amplas
Nas alegações finais, o procurador-geral, Paulo Gonet, afirma haver provas suficientes para condenar os seis réus pelos crimes de organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima; e
deterioração de patrimônio tombado.
Grupo monitorou e planejou matar autoridades
No documento enviado ao STF, o procurador-geral sustenta que as ações praticadas pela “organização criminosa” estão comprovadas em conversas por aplicativos de mensagens, além de registros em arquivos eletrônicos.
Segundo ele, as provas demonstram que os réus coordenaram ações de monitoramento e assassinato de autoridades, elaboraram uma minuta de decreto que implementaria medidas de exceção no país e atuaram para dificultar a chegada de eleitores da Região Nordeste aos locais de votação, durante o primeiro turno das eleições de 2022.
General confessou plano “Punhal Verde Amarelo”
Segundo Gonet, os acusados do Núcleo 2 não só monitoraram autoridades como elaboraram um plano para matar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Em depoimento ao STF, o próprio general Mário Fernandes admitiu ser o autor do plano chamado de “Punhal Verde e Amarelo”.
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