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Na ONU, Lula confronta Trump e diz que democracia brasileira é “inegociável”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, nesta terça-feira (23), a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), fazendo uma forte crítica as sanções unilaterais do governo dos Estados Unidos contra o Brasil, e mandou um recado à extrema direita e aos “candidatos a autocratas”, em uma clara referência a Donald Trump, afirmando que para o Brasil, a democracia é inegociável.

Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos autocratas e àqueles que os apoiam. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela. Democracias sólidas vão além do ritual eleitoral. Seu vigor pressupõe a redução das desigualdades, a garantia dos direitos mais elementares

defendeu o brasileiro.

Agressões ao Judiciário são inaceitáveis

Lula se referia às sanções econômicas aplicadas pelo governo de Donald Trump ao Brasil que impôs uma tarifa de 50% aos produtos nacionais importados pelos EUA. Ele também criticou as tentativas de interferência no Judiciário brasileiro.

A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade

apontou.

A fala se refere à atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de articular sanções dos EUA contra o Brasil para tentar anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros condenados pela tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Bolsonaro foi investigado e julgado com amplo direito de defesa

Em sua fala, Lula destacou, sem citar nominalmente Bolsonaro, que pela primeira vez em 525 anos da história do Brasil, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Foi investigado, indiciado e julgado. Responsabilizado por seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas

lembrou.

Para Lula, existe “um evidente paralelo” entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia.

O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente a arbitrariedades. Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas

avaliou.

Brasil optou por defender a democracia sob ataque

O presidente também sublinhou que o Brasil decidiu defender sua democracia mesmo sob ataques sem precedentes da extrema direita mundial.

Em todo o mundo, forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades. Cultuam a violência. Exaltam a ignorância. Atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa. Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há 40 anos pelo seu povo, depois de duas décadas de governos ditatoriais

disse Lula.
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Ivan Santos

Jornalista com três décadas de experiência, com passagem pelos jornais Indústria & Comércio, Correio de Notícias, Folha de Londrina e Gazeta do Povo. Foi editor de Política do Jornal do Estado/portal Bem Paraná.

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