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Manifestações contra a PEC da Blindagem e projeto da anistia levam milhares às ruas em todas as capitais

(Imagem: GloboNews/Reprodução)

Neste domingo (21), manifestações ocorreram simultaneamente nas 27 capitais do país contra a chamada PEC da Blindagem e a proposta de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Os atos também direcionaram críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Organizados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que reúnem movimentos como MST e MTST, os protestos foram convocados às pressas após a aprovação da PEC na Câmara.

Desde cedo, capitais como Brasília, Salvador, Maceió, Natal, João Pessoa, Belo Horizonte e Manaus já registravam concentrações. Durante a tarde, os atos ganharam força em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, reunindo multidões em pontos simbólicos. No final da tarde, as capitais do Norte fecharam a série de manifestações.

Artistas reforçam os atos

Caetano Veloso, Djavan, Chico Buarque e Gilberto Gil. (Foto: Mídia Ninja/Reprodução)

A presença de artistas deu maior visibilidade às manifestações em diferentes regiões. Em Salvador, Daniela Mercury e Wagner Moura discursaram em frente ao Cristo da Barra, entoando palavras de ordem como “sem anistia” e “fora PEC da impunidade”. A atriz Nanda Costa também participou.

Em Maceió, a cantora Simone chamou atenção ao afirmar que “o Brasil não pode abrir espaço para bandidos”. No Rio, Copacabana foi palco de apresentações de Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, atraindo um público que foi além dos militantes tradicionais. Já em Belo Horizonte, Fernanda Takai, do Pato Fu, esteve presente no ato realizado na Praça Raul Soares.

Essas presenças ampliaram o alcance dos protestos e deram tom cultural às críticas à proposta que tramita no Congresso.

Capitais mobilizadas de Norte a Sul

As manifestações se espalharam por todo o país. Em Brasília, manifestantes marcharam da Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional, levando faixas com frases como “Câmara da vergonha” e exibindo um boneco inflável de Bolsonaro com mãos manchadas de sangue.

No Nordeste, além de Salvador, houve atos expressivos em Natal, João Pessoa e Fortaleza, esta última reunindo manifestantes na praia de Iracema. No Recife, milhares foram às ruas no bairro de Santo Amaro. No Sudeste, São Paulo concentrou o maior público em frente ao Masp, na avenida Paulista. Um levantamento do Cebrap e da ONG More in Common estimou entre 37,3 mil e 47,5 mil pessoas na manifestação paulistana.

Na região Sul, mesmo sob chuva, Curitiba levou manifestantes à Boca Maldita. Porto Alegre reuniu protestos que seguiram do viaduto do Brooklyn ao Monumento ao Expedicionário, enquanto em Florianópolis o ato se concentrou na ponte Hercílio Luz.

No Norte, Rio Branco, Porto Velho, Manaus, Belém, Palmas e Boa Vista também tiveram mobilizações. Em Manaus, os manifestantes marcharam por ruas centrais, enquanto em Belém o protesto começou pela manhã em frente ao Theatro da Paz.

Reação popular e impasse político

As palavras de ordem mais repetidas foram contra a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro, com cartazes que pediam punição e criticavam diretamente o Congresso. Expressões como “Congresso inimigo do povo” e “sem anistia, sem perdão” apareceram em diversas cidades.

Apesar de o PT ter dado votos favoráveis à PEC da Blindagem, parlamentares da legenda estiveram presentes em alguns atos, como Lindbergh Farias (RJ), em Brasília. A presença reforçou a contradição entre as articulações no Congresso e a mobilização das ruas.

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Henrique Romanine

Jornalista, colecionador de vinil e apaixonado por animais, cinema, música e literatura. Inclusive, sem esses quatro, a vida seria um fardo.

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