Mais um importante comunicador foi silenciado nos Estados Unidos: Jimmy Kimmel, apresentador do Jimmy Kimmel Live! há mais de duas décadas, teve seu programa suspenso indefinidamente. A decisão da ABC aconteceu na esteira dos desdobramentos da morte de Charlie Kirk e foi decretada pela emissora depois de ele ter ironizado a conexão do atirador com o conservadorismo de Donald Trump e do movimento MAGA.
A suspensão, celebrada por Trump e reforçada por pressões da Comissão Federal de Comunicações (FCC), escancara o autoritarismo crescente do atual governo, que tem dado cada vez mais indícios de censura política no país. O presidente já havia, inclusive, sugerido que o apresentador seria calado, em uma situação assustadoramente semelhante. Na ocasião, comentava o anúncio do fim do talk show de outra importante voz crítica da televisão dos EUA e afirmou que Kimmel seria “o próximo a sair na disputa dos sem-talento do late night”.
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Em uma decisão supostamente tomada por motivos financeiros, a CBS anunciou em julho que o The Late Show with Stephen Colbert seria descontinuado em maio do ano que vem. Colbert, no entanto, afirmou categoricamente que uma “propina bem gorda” (big fat bribe) teria sido dada por Donald Trump à Paramount, controladora do canal. O pano de fundo foi uma fusão da empresa, que precisava de aprovação regulatória de agências como, por exemplo, a FCC.
O primeiro vídeo mostra a piada em que Jimmy Kimmel ironiza a conexão entre o atirador e o movimento MAGA, episódio usado como justificativa para sua suspensão pela ABC. No segundo vídeo, aparece Donald Trump, em uma declaração feita algumas semanas antes, antecipando que Kimmel seria “o próximo” a perder o programa — uma previsão que hoje soa menos como palpite e mais como aviso de bastidor. Juntos, os dois registros ajudam a entender como se construiu o roteiro do silenciamento de mais um comunicador crítico ao trumpismo.
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