O projeto “Arte em nós” está promovendo uma série de oficinas gratuitas de macramê em Curitiba (PR), levando arte e criatividade a crianças e adolescentes de escolas municipais, casas de acolhimento infantojuvenil e CAPs (Centro de Atenção Psicossocial).
Mais do que aprender uma técnica manual, os participantes encontram um espaço de expressão artística, liberdade criativa e construção de vínculos. Ao todo, mais de 250 pessoas serão impactadas ao longo de setembro e outubro.

O macramê é uma técnica têxtil feita apenas com as mãos, fios e nós, sem agulhas ou máquinas, que possibilita criar peças únicas em formas, cores, tramas e texturas.
A intenção é criar um espaço de aprendizado coletivo, expressão e conexão, tanto consigo quanto com as pessoas ao redor. É importante propor um mergulho analógico nas manualidades, principalmente em tempos de tanta comunicação virtual
conta a idealizadora Ana Camargo, artesã têxtil, produtora cultural, fotógrafa, pesquisadora e designer.
Ana aprendeu técnicas manuais ainda na infância e há seis anos começou a desenvolver peças em macramê com foco em saúde mental, autoconhecimento e reconexão com as manualidades. Desde então, difunde a técnica em oficinas voluntárias, em espaços como o Farol do Saber São Pedro e São Paulo, no bairro Umbará. Para ela, o projeto é um lugar de acolhimento e liberdade criativa.
O objetivo não é tecer peças perfeitas, mas experimentar os materiais e descobrir possibilidades
disse Ana.
A iniciativa contempla 20 oficinas voltadas a crianças e adolescentes (entre elas, cinco oficinas de dança). Outras cinco edições são destinadas ao público adulto, já com todas as vagas esgotadas.

As atividades acontecem em locais como o Memorial Paranista e a Casa Ida Hannemann de Campos, e incluem a entrega de kits com ecobag e materiais necessários. O projeto é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura — Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.
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Criatividade e presença
As oficinas de macramê incentivam a expressão, ampliam o repertório criativo e fortalecem habilidades socioemocionais, promovendo desenvolvimento cognitivo e refinamento da coordenação motora. Os benefícios foram percebidos pela professora Lourdes Maria Souza do Amaral, após alunos da Unidade de Educação Integral Boa Vista participarem do projeto.
O macramê incorpora uma energia positiva que ajuda a relaxar e a reduzir o stress, atuando como uma meditação artesanal
conta.
Outro ganho é estimular a presença, já que os movimentos repetitivos exigem atenção e foco.
Em um mundo tão acelerado e digital, as crianças têm dificuldade em se concentrar. Criar algo com as mãos, de forma meticulosa e cuidadosa, ajuda a desenvolver atenção, criatividade e expressar ideias de maneira única, fortalecendo a autoestima e confiança
avalia a professora Sara Strapasson.
O macramê promove uma grande dose de paciência e dedicação
complementa a professora Priscila Cristina Roque Martins.
Saiba mais no Instagram do projeto.
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