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Mulher escapa após 22 anos de cárcere privado e denuncia padrasto por abusos em Araucária (PR)

(Imagem: Reprodução)

Uma mulher de 29 anos conseguiu fugir e denunciar o próprio padrasto por mantê-la em situação de cárcere privado durante os últimos 22 anos em Araucária, região metropolitana de Curitiba. De acordo com a Polícia Civil do Paraná, a vítima aproveitou uma saída supostamente para levar os filhos a uma consulta médica na terça-feira (17) e dirigiu-se à delegacia para formalizar a denúncia.

Em depoimento, a jovem relatou que os abusos sexuais começaram quando ela tinha apenas 7 anos de idade. Aos 15, engravidou do agressor pela primeira vez. Ela contou que, quando o suspeito se separou da mãe dela, a forçou a manter um relacionamento sob ameaças e violência. Não foi divulgado se a mãe também sofria abusos.

Sistema de controle e violência


O delegado Eduardo Kruger, responsável pelo caso, detalhou que o padrasto exercia controle emocional e físico extremo sobre a vítima. Além dos abusos sexuais regulares, ele a forçava a manter relações sexuais com outros homens enquanto registrava tudo em vídeos. A vítima também sofria violência psicológica, abusos físicos e era monitorada por câmeras de segurança instaladas na residência.

O suspeito controlava de minuto em minuto o que ela estava fazendo

afirmou Kruger.

A mulher raramente tinha permissão para sair de casa, e suas poucas saídas eram rigorosamente vigiadas.

Prisão e possíveis penas


O padrasto, de 51 anos, foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça paranaense. Ele responde por crimes de estupro de vulnerável, estupro, cárcere privado e violência psicológica. Somadas as penas dos crimes imputados, a sentença pode ultrapassar cem anos de prisão.

A vítima teve três filhos com o agressor, que agora estão sob cuidados especiais. Por se tratar de crime de abuso sexual, as identidades dos envolvidos foram preservadas.

Atendimento à vítima


A polícia destacou a coragem da mulher em romper o ciclo de violência após mais de duas décadas. Ela recebe atendimento psicossocial especializado junto com as crianças. As investigações continuam para apurar a extensão total dos crimes e identificar possíveis cúmplices.

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Aquiles Marchel Argolo

Jornalista, escritor, fã de cultura pop, antirracista e antifascista. Apaixonado por comunicação e tudo que a envolve. Sem música a vida seria impossível!

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