A bancada de oposição na Câmara Federal anunciou nesta terça-feira (16), a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro como líder da minoria na Casa. A manobra é uma tentativa de evitar que ele perca o mandato por estar morando desde março nos Estados Unidos para articular sanções do governo Trump contra o Brasil.
A estratégia é aproveitar um ato da Mesa Diretora da Câmara de 2015 segundo o qual, líderes de bancadas podem ter suas ausências justificadas automaticamente, sem o risco de cassação. Pela Constituição Federal, parlamentares que faltam a mais de um terço das sessões deliberativas do Legislativo devem perder o mandato.
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Atual líder bolsonarista renuncia
O filho de Jair Bolsonaro viajou para os EUA em março após um pedido de licença de 120 dias. A licença expirou em julho, e desde então, ele vem tendo suas faltas registradas pela Câmara. O parlamentar chegou a encaminhar um ofício ao presidente da Casa, Hugo Motta (Repub-PB), pedindo autorização para exercer o mandato fora do País. Na ocasião, Motta reagiu afirmando que o regimento interno da Câmara não prevê que parlamentares exerçam suas funções “à distância”.
Para viabilizar a manobra, a deputada bolsonarista Caroline De Toni (PL-SC) anunciou sua renúncia à liderança da minoria na Casa. Ela confirmou que a intenção é abrir caminho para Eduardo, alegando que a bancada confia “na capacidade dele de conduzir essa liderança com responsabilidade e coragem e seguirei firme ao seu lado nessa missão”.
Parlamentar acumula faltas em mais de 60% das sessões
Dos 34 dias com sessões deliberativos do plenário da Câmara em 2025, Eduardo Bolsonaro só participou de 13, acumulando 21 ausências, sendo apenas uma delas “justificada”. No período, ele acumula faltas em mais de 60% das sessões. Só o pagamento de salários de assessores do parlamentar custaram este ano mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos.
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