A Marcha da Maconha de Curitiba chega à sua 18ª edição neste domingo (14), levando milhares de pessoas ao Centro da capital com o lema “A ciência confirma: a Planta é divina”. O evento, que se consolidou como um dos principais atos de mobilização em defesa da legalização no Brasil, destaca tanto os benefícios medicinais, sociais e ambientais da maconha quanto os impactos negativos da política proibicionista. Em 2024, mais de 10 mil pessoas participaram da Marcha em Curitiba.
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A concentração está marcada para às 14h20 na Boca Maldita, com saída às 16h20 em direção à Praça 19 de Dezembro. A manifestação acontece em um momento histórico: um ano após a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o porte da maconha para uso pessoal. Apesar do avanço, o cultivo segue proibido, perpetuando a chamada “guerra às drogas”, que, de acordo com o movimento, continua a criminalizar principalmente pessoas negras, pobres e periféricas.
Os organizadores denunciam os efeitos dessa política, como o encarceramento em massa, o genocídio da juventude negra, a violência cotidiana nas periferias e a exclusão de políticas públicas. Por isso, exigem mudanças urgentes na forma como o Estado lida com a questão das drogas. O evento também celebra a trajetória milenar da planta e os avanços registrados no exterior, onde cresce a regulamentação para fins medicinais, industriais e recreativos.
Entre as pautas defendidas pelo movimento, estão a superação da crise climática; redução de danos; vida e dignidade das mulheres; e liberdade da planta e dos corpos. Mais do que reivindicar mudanças legais, a Marcha da Maconha de Curitiba sustenta que a proibição das drogas é irracional, baseada em preconceitos e interesses econômicos e políticos. Defende, além da regulamentação da planta, políticas públicas reparatórias, como a ampliação da Redução de Danos.
A Marcha cobra a ampliação dessas políticas e lembra que neste momento a vereadora Profª. Angela (PSOL) enfrenta um processo de cassação na Câmara de Curitiba por defender a Redução de Danos — situação considerada ilegal e que atinge direitos de toda a sociedade.
Com 18 anos de história, a Marcha reúne uma grande diversidade de coletivos, associações e famílias, incluindo mães de pacientes que utilizam a maconha com fins terapêuticos. A participação é aberta a todas as pessoas — não é preciso ser usuário para apoiar a causa.
SERVIÇO
Marcha da Maconha Curitiba 2025
Saída: Boca Maldita (Rua XV de Novembro, próximo à Praça Osório)
Data: 14/09/2025
Concentração: 14h20 | Saída: 16h20