A semana começou agitada no setor financeiro. Na manhã da segunda-feira (1º), a Reag Holding comunicou ao mercado que está em tratativas para vender sua participação de controle na Reag Investimentos, uma das maiores gestoras independentes do país. O aviso foi feito por meio de fato relevante, divulgado logo na abertura do pregão.
Segundo o comunicado, ainda não há garantia de fechamento do negócio, mas potenciais interessados já tiveram acesso a informações estratégicas da companhia, mediante acordo de confidencialidade. A Reag Holding é detentora de cerca de 63,93% das ações da gestora, ao contrário dos outros acionistas que estão ligados ao grupo, que respondem pela soma de 23,45%. Complementando os números, 0,14% são de responsabilidade da tesouraria, enquanto 11,68% estão disponíveis em livre circulação no mercado.
O anúncio ocorre em meio à repercussão da Operação Carbono Oculto, deflagrada na semana passada pelo Ministério Público, e que rendeu mandados de busca e apreensão na sede da Reag. A investigação verifica o suposto uso de fundos da gestora para ocultação de bens.
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Fundada em 2012, a Reag teve uma trajetória de crescimento acelerado, conquistando espaço entre as gigantes do setor. Seu modelo de negócios se destacou pela aquisição de mandatos de fundos exclusivos e pela compra de outras gestoras. Hoje, figura como a maior gestora independente do país, atrás apenas dos grandes bancos, com R$ 341,5 bilhões sob gestão até julho, de acordo com ranking da Anbima.
A visibilidade da Reag cresceu consideravelmente em janeiro, após a empresa se tornar a primeira asset independente a ter ações listadas na B3, muito graças por conta do movimento realizado por meio da estrutura da GetNinjas, cujo controle foi assumido pela instituição. A operação, no entanto, também entrou na mira da CVM, que apura se houve falta de transparência no processo.
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