Uma das maiores operações policiais da história do Brasil continua revelando o braço empresarial do PCC. Os empresários Humberto Aparecido Tonani Filho e Valdir Aparecido de Oliveira foram presos nesta sexta-feira (29), em imóveis de alto padrão nos bairros Alphaville e Cambuí, em Campinas, acusados de financiar um plano para matar o promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, responsável por investigações contra a facção. Segundo o Gaeco e o BAEP (Batalhão de Ações Especiais da PM), o grupo já havia separado recursos para viabilizar o atentado.
O plano teria sido orquestrado por Sérgio Luiz de Freitas Filho, o Serginho Mijão, apontado como articulador da ofensiva que conectava empresários e a cúpula do PCC. Foragido e possivelmente na Bolívia, ele é tratado como peça-chave das investigações e das decisões estratégicas do grupo. Responsável por negociações de grandes remessas de drogas, Mijão teria assumido o posto deixado por “Tuta”, até então número 1 da facção. Contra ele, pesam dois mandados de prisão — um expedido em 2020 e outro em 2023 — relacionados ao tráfico e à logística internacional que conecta Bolívia, Brasil e Europa na rota da cocaína.
Na quinta-feira (27), durante a Operação Linha Vermelha, que já investigava crimes de organização criminosa armada, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, o Ministério Público identificou indícios do plano contra o promotor. A partir daí, o Gaeco acionou o juiz da 4ª Vara Criminal de Campinas, Caio Ventosa Chaves, que autorizou três prisões temporárias e quatro mandados de busca e apreensão.
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No dia seguinte à operação (nome da operaçao principal deflagrada ontem), na manhã desta sexta (29), a Polícia Militar, deflagrou a Operação Pronta Resposta, cumprindo os mandados nos bairros nobres de Alphaville e Cambuí. Em poucas horas, dois empresários foram detidos e armas, veículos e celulares apreendidos — tudo com o objetivo de impedir a execução de um atentado executivo ainda em fase final de aprovação.
O material apreendido passa agora por perícia, enquanto os detidos permanecem à disposição da Justiça. O Ministério Público informou que novas diligências já estão em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e evitar represálias contra integrantes da instituição.
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