Skip to content Skip to footer

Isenção do Imposto de Renda trava disputa entre governo, Centrão e oposição na Câmara

O alcance da pressão da oposição só será avaliado após o resultado das negociações desta semana. (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O texto do projeto que acelera a análise da isenção do Imposto de Renda (IR) para todos aqueles que ganham até R$ 5 mil enfrenta forte resistência por parte das lideranças do Centrão e da extrema-direita. Parlamentares da oposição se organizaram de modo a tentar derrubar, a todo custo, as chamadas medidas compensatórias, que são as propostas responsáveis por garantir o equilíbrio fiscal diante da perda de arrecadação estimada, em torno de quase R$ 100 bilhões.

Essas lideranças querem retirar importantes pontos do projeto, como a taxação de grandes fortunas, a cobrança de 10% sobre dividendos enviados ao exterior e, também, a tributação de lucros e dividendos acima de R$ 50 mil anuais. Caso esses detalhes sejam retirados do texto, o governo deverá apresentar uma nova saída para bancar o custo da mudança.

Uma reunião com os líderes partidários foi marcada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir esse impasse. Foi confirmada a presença de Arthur Lira (PP-AL) que é o relator do projeto. Para o governo, as compensações exigidas são “inegociáveis”, pois foram incluídas no projeto justamente para evitar qualquer crítica acerca de uma possível irresponsabilidade fiscal.

A proposta sobre o Imposto de Renda é uma das bandeiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, durante sua campanha, prometeu realizar a revisão da tabela do IR, garantindo a isenção para salários de até R$ 5 mil. Fora isso, também é prevista a aplicação de alíquotas menores para rendimentos entre esse valor e R$ 7.350. O objetivo é que esse projeto seja aprovado ainda em 2025, para começar a valer em 2026, ano de eleições presidenciais.

Contra as expectativas do governo, os líderes do PL e de parte do União Brasil enxergam o projeto como uma maneira de desgastar a narrativa de “justiça tributária” defendida por Lula. Para os parlamentares da oposição, não é justo que a conta recaia sobre empresários e investidores, e defendem que a melhor saída para resolver o impasse é apelar para cortes de gastos. Segundo o deputado Evair de Melo (PP-ES), o governo encontra-se “fragilizado, e é hora de priorizar o corte de despesas”.

Mas essa escolha não agrada a todos os integrantes do Centrão. Gilberto Abramo (MG), líder do Republicanos, está propenso a rejeitar a taxação de grandes fortunas, mas defende a ideia de que o Congresso deve, também, apresentar alternativas para compensação, alegando que os parlamentares não devem ser “irresponsáveis a ponto de prejudicar o país”.

Para o vice-líder do governo, Rubens Pereira Júnior (PT-MA), abrir mão das medidas compensatórias representa um risco para o Orçamento de 2026. Ele defende que a neutralidade fiscal deve permanecer. Entretanto, os articuladores admitem que só será possível avaliar o alcance da pressão da oposição após o resultado das negociações desta semana.

Bookmark

Mais Matérias

27 ago 2025
Álbum desafiou limites estéticos e políticos, mudando a cara da música brasileira para sempre
Escola fundada por dois amigos da Zona Norte de SP já formou mais de 5 mil jovens com cursos gratuitos na área tecnológica
27 ago 2025
As PECs pautadas para votação nesta terça (27) são peças-chave nos planos de Eduardo Bolsonaro
Após arquivamento de denúncia pelo MP, especialistas alertam para a naturalização do privilégio no poder público
27 ago 2025
Proposta estabelece que parlamentares só poderão ser investigados com autorização prévia do próprio Congresso
27 ago 2025
Pela proposta, parlamentares só poderão ser investigados com autorização prévia do próprio Congresso

Vamos construir a notícia juntos

Deixe seu comentário