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Brasil e Nigéria firmam acordos e defendem livre-comércio em meio a onda protecionista global

Os líderes posicionaram-se contra a corrente de protecionismo e unilateralismo que avança no mundo e comprometeram-se a reverter a drástica queda no fluxo comercial entre os dois países. (Foto: Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Em um encontro marcado pela defesa do multilateralismo, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Nigéria, Bola Tinubu, reuniram-se nesta segunda-feira (25) no Palácio do Planalto para uma visita de Estado que resultou na assinatura de cinco novos acordos bilaterais. Os líderes posicionaram-se contra a corrente de protecionismo e unilateralismo que avança no mundo e comprometeram-se a reverter a drástica queda no fluxo comercial entre os dois países.

Lula destacou que o intercâmbio comercial, que já atingiu US$ 10 bilhões em 2014, encolheu para apenas US$ 2 bilhões no ano passado.

Nos últimos governos, o Brasil se distanciou da África. Duas das maiores economias da América Latina e da África devem ter um intercâmbio muito maior

afirmou o presidente brasileiro durante coletiva à imprensa.

A pauta comercial foi central. O Brasil exporta principalmente açúcar (74% do total), enquanto as importações nigerianas são concentradas em petróleo e derivados (48%) e fertilizantes (48%). Para diversificar essa relação, os países identificaram áreas prioritárias para cooperação: agricultura, petróleo e gás, fertilizantes, aviação e máquinas.

Lula reafirmou o que chamou de “dívida histórica” do Brasil com a África, decorrente de 350 anos de escravidão. Para ele, essa dívida não se paga com dinheiro, mas com “solidariedade, transferência de tecnologia e assistência” para desenvolver a agricultura local.

O Brasil tem obrigação de ajudar o continente africano a ter o mesmo desenvolvimento que nós tivemos aqui

declarou.

Do lado nigeriano, Tinubu enfatizou o interesse em parcerias concretas. Citou especificamente o desejo de aprender com a produção industrial de medicamentos genéricos do Brasil e de cooperar com a Petrobras na exploração de gás natural. “Somos o terceiro maior produtor de petróleo da África e isso não está levando a atividades comerciais de valor como deveria”, observou.

Acordos firmados

Os cinco instrumentos bilaterais assinados abrem novas frentes de colaboração:

  1. Acordo de Aviação Civil: estabelece as bases para um voo direto entre São Paulo e Lagos, a ser operado pela companhia aérea nigeriana Air Peace.
  2. Memorando de Entendimento em Ciência, Tecnologia e Inovação: promove cooperação em biotecnologia, energia e desenvolvimento espacial.
  3. Cooperação entre Bancos: o BNDES e o Banco de Agricultura da Nigéria (BoA) vão fomentar comércio e investimentos.
  4. Memorando para Formação de Diplomata: estabelece parceria entre os institutos diplomáticos dos dois países.
  5. Acordo para Consultas Políticas: cria um mecanismo de diálogo regular sobre questões bilaterais e internacionais.

Combate ao crime organizado

Outro tema de destaque foi a segurança. Lula anunciou que o Brasil designará um adido da Polícia Federal para Abuja ainda neste semestre, com foco no combate coordenado ao crime organizado transnacional, terrorismo e tráfico de drogas.

Nenhum país isoladamente conseguirá debelar a criminalidade

afirmou o presidente, defendendo ações multilaterais urgentes.
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Redação BFC

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