A Polícia Federal descobriu que Eduardo Bolsonaro utilizou a conta bancária da esposa, Heloísa Bolsonaro, como “conta de passagem” para ocultar valores transferidos por seu pai, Jair Bolsonaro, a fim de evitar bloqueios judiciais. No dia 13 de maio, Eduardo recebeu sete depósitos que totalizaram mais de R$ 2,5 milhões, dos quais R$ 200 mil foram repassados à companheira nas semanas seguintes.
Embora o valor represente menos de 10% do montante transferido pelo ex-presidente, as operações chamaram a atenção do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). O relatório também destaca que uma quantia equivalente à enviada ao filho foi repassada à esposa, Michelle Bolsonaro, apenas um dia antes do interrogatório de Jair pela PF, em junho deste ano.
Nenhuma dessas transferências — assim como os 40 saques em dinheiro vivo e as compras de dólares realizadas por Bolsonaro, num período em que já estava impedido de viajar — foi comunicada às autoridades.
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Segundo a PF, a fragmentação das operações e o uso de dinheiro em espécie podem estar “associados à falta de rastreabilidade e à possibilidade de financiamento de ações de caráter ilícito”. O documento conclui:
BookmarkBOLSONARO atuou deliberadamente, de forma livre e consciente, desde o início de 2025 e com maior ênfase nos meses de maio, junho e julho de 2025 — quando se acentuaram as ações de EDUARDO BOLSONARO no exterior — com a finalidade de se desfazer dos recursos financeiros que tinha em sua posse imediata, bem como evitar possíveis medidas judiciais que limitassem e/ou impedissem de consumar o intento criminoso de apoiar financeiramente as ações do parlamentar licenciado no exterior
diz o documento.