Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo e responsável pela Legião Urbana Produções, enviou uma notificação extrajudicial ao partido Novo e ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema, pelo uso não autorizado da música “Que País É Este” durante o lançamento de sua pré-candidatura presidencial no sábado (16). O documento, enviado na segunda-feira (18), exige que a legenda e o político abstenham-se de utilizar a composição em quaisquer materiais de campanha ou plataformas digitais.
A música foi executada durante a entrada de Zema no auditório da Câmara Americana de Comércio em São Paulo, sem que houvesse solicitação prévia de autorização. Manfredini tomou conhecimento do fato por meio da imprensa e de vídeos circulantes nas redes sociais.
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Contexto ideológico e disputa narrativa
A ação judicial não se restringe à questão autoral. Manfredini destacou a incompatibilidade ideológica entre a mensagem da música – originalmente uma crítica à ditadura militar e à corrupção – e o posicionamento político de Zema:
disse Manfredini.
É cansativo que candidatos da extrema direita se achem no direito de fazer isso […] Não autorizaríamos o uso, pois a música é contra a extrema direita e a ditadura

Em resposta, Zema publicou em suas redes um trecho de entrevista dos anos 80 onde Renato Russo brinca sobre ser “capitalista nato”, buscando alinhar o artista a sua plataforma liberal. A estratégia, porém, ignora o contexto irônico da declaração e outras posições públicas do músico, que sempre defendeu a liberdade artística e criticou sistemas opressores.
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