A Justiça de São Paulo concedeu liminar que garante a permanência, por 180 dias, do Teatro de Contêiner Mungunzá e do Coletivo Tem Sentimento no imóvel pertencente à prefeitura de São Paulo, localizado na região da antiga Cracolândia. A liminar da juíza Nandra Martins da Silva Machado, da 5ª Vara da Fazenda Pública, impede ações de despejo pela Guarda Civil Metropolitana da gestão Ricardo Nunes (MDB).
Na terça-feira (19), agentes da Guarda retiraram à força e com uso de gás de pimenta artistas de um prédio anexo onde eram guardados equipamentos e pertences usados do grupo. A ação truculenta gerou protestos de artistas e também do Ministério da Cultura e da Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Na decisão, a juíza justifica que o teatro é composto por 15 estruturas de contêineres marítimos interligados, paredes de vidro, cobertura acústica, iluminação, acervo artístico e cultural e que, por isso, a desocupação exigiria um “planejamento técnico e logístico para sua desmontagem, transporte e reestruturação”.
Além disso, ela aponta que o teatro tem programação confirmada até dezembro, “cuja interrupção acarretaria prejuízos não apenas para o Teatro de Contêiner, mas para toda a sociedade e para os inúmeros artistas, educadores e públicos diretamente envolvidos”.
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A Prefeitura deu prazo de, no máximo, 60 dias para a desocupação.
Diversos artistas se manifestaram a favor do Teatro de Contêiner, como a atriz Marieta Severo. Em um vídeo, a atriz comparou a ação da GCM de Nunes aos “piores tempos de uma ditadura”. A atriz Fernanda Montenegro também expressou sua posição contra o fechamento do teatro.
O Teatro de Contêiner Mungunzá está instalado no local pertencente à prefeitura desde 2016. O terreno é localizado onde ficava o “fluxo” da Cracolândia, na região central de São Paulo. O pedido do grupo à prefeitura é que o terreno seja destinado à Secretaria de Cultura e que a pasta regularize a situação do teatro.
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