Que o Estadão se notabilizou por editoriais cretinos, todo mundo da imprensa já sabe. Os textos nunca assinados numa coluna de opinião, já que, além de tudo, falta coragem do autor bater no peito e assumir suas posturas lamentáveis, são sempre de natureza tacanhas. Desta vez, o jornal defende a transfobia como simples opinião.
O texto que invoca “O direito de incomodar”, começa pedindo para que o STF mande arquivar o processo que Erika Hilton move contra a designer gráfica Isabella Cêpa por transfobia. A moça teria chamado a deputada de ‘homem’. Para o Estadão, não respeitar o gênero com o qual Hilton se identifica é “cerceamento de opinião”.
Em 2020, quando Erika Hilton foi eleita vereadora, Isabella Cêpa, que se autoafirma como uma “feminista radical”, publicou em uma rede social:
Decepcionada. Com as eleições dos vereadores, óbvio. Quer dizer, candidatas verdadeiramente feministas não foram eleitas. A mulher mais votada é homem
disse Isabela.
E aqui, vemos como o Estadão se alinha ao discurso em voga entre extremistas de direita de que opinião e liberdade de expressão não tem absolutamente nenhum limite.
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Claro, o que esperar do jornal que em 2018, em face da ascensão do neofascismo brasileiro, publicou o hediondo editorial “Uma escolha muito difícil”, levando os leitores a pesar numa mesma balança um professor democrata (Fernando Haddad) e um defensor de torturador (Jair Bolsonaro).
Há ainda a flagrante contradição de, se há tipificação e possibilidade jurídica, a deputada Erika Hilton exerce seu direito de se defender, assim como a ofensora teve sua liberdade de publicar a mensagem e também poderá recorrer do processo na justiça.
Agora, esperamos ansiosos pelo próximo texto do temível editorialista do Estadão.
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