O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é alvo de diversos tipos de golpes que, todos os anos, causam prejuízos milionários aos cofres públicos e prejudicam quem realmente depende dos benefícios. Entre os crimes mais frequentes, estão falsificações, uso indevido de dados pessoais e manipulação de procedimentos legais para obtenção irregular de pagamentos. Veja abaixo como funcionam os golpes.
Um dos esquemas mais ousados é o chamado “dublê de perícia”. Nele, fraudadores recrutam pessoas para se passarem por segurados incapazes de trabalhar. A quadrilha falsifica documentos com a foto do impostor, mas usando os dados do verdadeiro beneficiário, que, por sua vez, recebe o dinheiro obtido ilegalmente.
Outro golpe bastante comum é o saque de benefícios após o falecimento do segurado. Familiares ou terceiros continuam retirando o dinheiro com o cartão e a senha do aposentado já morto (prática considerada crime). Pela lei, o pagamento só pode ser transferido para herdeiros com direito à pensão.
Há também a falsificação de laudos médicos para simular doenças ou incapacidades. Alguns desses esquemas envolvem até profissionais da saúde, que falsificam assinaturas, carimbos e números de registro para liberar benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Entre as armadilhas direcionadas principalmente a idosos, está o “golpe da cesta básica”. O criminoso entrega um kit de alimentos, fotografa o beneficiário e usa a imagem para abrir uma conta digital em seu nome, solicitando empréstimos e até saque de FGTS. Outro é a falsa portabilidade de empréstimos consignados, quando golpistas prometem reduzir parcelas, mas na verdade fazem novos contratos e desviam o valor.
A chamada “falsa prova de vida” também figura na lista. Criminosos enviam mensagens ou ligações se passando por representantes do INSS, solicitando atualização de dados pessoais para evitar o bloqueio do benefício. Ao fornecer as informações, a vítima pode sofrer prejuízos financeiros.
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Credibilidade do sistema previdenciário em risco
Fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias também estão sob investigação. Associações e sindicatos fantasmas usam dados roubados para cadastrar beneficiários sem autorização, aplicando mensalidades que chegam a bilhões de reais.
Golpes mais elaborados incluem casamentos forjados para garantir pensão por morte, venda ilegal de listas com dados de aposentados — agora segmentadas com ajuda de inteligência artificial — e até simulações de baixa renda para receber o BPC, mesmo ostentando bens de luxo.
Outro caso recorrente é a fraude no benefício rural. Pessoas falsificam documentos para comprovar trabalho no campo e garantir aposentadoria antecipada, apesar de manterem padrão de vida incompatível com a renda rural.
Há ainda quem obtenha auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez sem estar incapacitado, apresentando laudos falsos à perícia e levando vida ativa, com viagens, práticas esportivas e trabalho informal.
Esses golpes, além de lesarem os cofres públicos, colocam em risco a credibilidade do sistema previdenciário e atrasam o atendimento de quem realmente precisa. O INSS e a Polícia Federal mantêm investigações constantes e alertam para que segurados nunca forneçam dados pessoais por telefone, e-mail ou mensagens, e desconfiem de qualquer oferta “boa demais para ser verdade”.
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