Nesta quinta-feira (07), o Bahia lançou seu novo uniforme número três da temporada 2025/26, uma peça que, além de vestir os atletas e torcedores, é uma verdadeira expressão cultural. Fabricada pela Puma, a camisa é inspirada na obra cinematográfica “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, dirigida pelo baiano Glauber Rocha (1939–1981), um dos maiores cineastas da história, em 1964.
O lançamento homenageia o sertão e a força da arte nordestina, fazendo parte da campanha “Bahia de Todas as Artes”, idealizada pelo clube. Intitulada “Tropical, Novo e Marginal”, a nova camisa traz um design arrojado, com fundo vinho e uma composição de sóis em contorno amarelo, remetendo à luz intensa que atravessa a história do sertão.

Os elementos visuais fazem referência direta à estética simbólica do Cinema Novo, movimento do qual o cineasta Glauber Rocha foi um dos principais nomes.
Nosso terceiro uniforme é uma afirmação da força criativa da Bahia e do Nordeste. Buscamos uma camisa que fosse além do convencional, algo que causasse impacto visual e ao mesmo tempo carregasse um discurso
destacou Rafael Soares, diretor de marketing do Bahia.
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Quem foi Glauber Rocha?
Glauber Rocha (1939–1981) foi um dos nomes mais importantes do cinema brasileiro e figura central do movimento Cinema Novo, que buscou romper com padrões comerciais e estéticos, propondo uma linguagem ousada, politizada e profundamente ligada à realidade social do país.
Nascido em Vitória da Conquista, na Bahia, Glauber começou no teatro e no jornalismo antes de se dedicar à direção cinematográfica. Seu cinema unia poesia, crítica social e estética inovadora, explorando narrativas que confrontavam o colonialismo, a desigualdade e a opressão política, sempre com uma identidade visual marcante e experimental.

Entre suas obras mais conhecidas estão Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), filmes que se tornaram ícones do cinema mundial e renderam reconhecimento internacional. Glauber também realizou trabalhos fora do Brasil, como Cabezas Cortadas (1970) e A Idade da Terra (1980), reafirmando sua visão radical e universal.
Sua frase mais famosa, “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, tornou-se símbolo de resistência e criatividade, consolidando seu legado como artista que transformou o cinema em instrumento de reflexão e revolução cultural.
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